1 de novembro de 2011

Uma viagem á lua trouxe-me a chave dos campos da beleza natural que por consequência estimulou o realismo plástico.
Acordei no Árctico numa época bem estranha.
Um cão andaluz em 33 nações embebidas em tinta branca.
Uma brutalidade análoga que inculcou  os portugueses ambiciosos como última análise.
Por fim cortei os corpos e coloquei-os em pequenas tinas como resposta matos.
A futilidade e a lógica de paralisações comerciais desapareceram pois a fisionomia material sugou todo o sangue que ia de encontro aos seus bateres vivos.
Os corpos de repente ficaram vazios e assim dei a consolidação da nova sociedade.


Uma sequência do aparecimento do quotidiano digital através da projecção de raios entérios de lasers azuis ao som lupe do trama de sentidos produzidos.    





24 de setembro de 2011

Sala III

Chego ao espaço ofegante, erotizado e seco.
Ponho-me nu, entro no banho e penso nos olhos azuis.
Dois corpos entrelaçados.
Enlaço-a pela cintura.
Ela começa por me mordiscar o peito e de seguida desliza sobre mim.
Explora-me e conflui-me as virilhas.
Saboreio o cheiro feminino, intimo, um aroma intenso que me faz endurecer.
Tomo-lhe um seio e a minha boca arrelia-lhe.
O outro seio confunde-se no meu rosto.
Quero a posição que me permite penetrar-te de frente.
Desejo-te e sinto uma grande vontade de te afinfar.
Vontade de te afinfar uma, duas, 3 vezes seguidas.
Vontade de voar até ao tutano e deixar a mucosidade da penca percorrer as águas mágicas do pleno arco-íris.


Saio do banho literalmente aromado e a cheirar a azul pavão.
De traseiro em riste, em contra-luz, a minha imagem espelha azul crente que se despiu.
Fiquei azul berrante da cabeça aos pés e de tromba erguida com toda a afabilidade.
Deixo o espaço, dou a vez á quarta personagem unidimensional e por lá fica somente as vogais sonoras e frescas.
O som liquido, a dureza de certas consoantes e o arrastar de sílabas que congelam silêncios. 

29 de agosto de 2011

Nos últimos tempos, nas ocasiões em que me senti possuído por um impulso indomável.
Sim, era apaixonado por ela.
Durou alguns dias, horas e uma vez, até alguns minutos.
A descoberta desse planeta, onde a gravidade começou a colocar aos seus ossos e à sua carne, o tempo que derramou e correu, horizontalmente, o constante e eterno mar de águas conspurcas.
Fez-me perceber que essa viagem breve, não é, definitivamente a minha paragem.
Hoje, opto por viagens azuis longas, pontuais e sem qualquer tipo de turbulência.
E na memória só permanece o simples retrato das três fotografias mais acetinadas.

12 de agosto de 2011

Noite de lua cheia.
As luzes de casa vão apagando-se.
Desvio o meu olhar para a lua azul.
Sustenho a respiração, pois esta encontra-se cada vez mais ofegante e penso nas saudades que sinto.
Saudades do cabelo dourado caído sobre os ombros.
Saudades do olhar, cor volúvel encrespado e cintilando com a mudança da luz.
Simplesmente saudades desta minha visão vigorosa, possante e robusta.
Vem ter comigo logo, pendura-te no meu braço, para assim podermos iniciar a viagem por terras indefinidas.

/uma palavra esmiúça ainda por decifrar.

28 de junho de 2011

आप केवल

2 cigarros.
Dois animais.

Abriu a boca, deixou-a assim ficar e não disse nada.
Sinto-me satisfeito enquanto penso no desenho dos teus lábios molhados.
Senti-me satisfeito quando abocanhaste e aprofundaste cada vez mais.
Extraíste-me tudo o que tinha para te dar e recebeste na boca sem derramar uma gota.
Quando levantas-te o rosto, senti o olhar azul cada vez mais intenso, mas na minha memória só permanece o teu sorriso e o desejo que ficou.
Desejo repetir, quero mais, uma vez mais.

Uma imagem nítida dela a beijá-lo entre as pernas.

7 de junho de 2011

2 Cores Negras Preparadas Para Matar E Morrer.

Fumo sentado na cama precisamente no sitio onde tudo aconteceu.
Um arrastar de imagens onde rapidamente me levou para aquela tarde sussurrada bem passada ao som de G'N'R (beijo)
O momento em que os dois corpos fizeram click e formaram um só (foda)
Ela tinha os olhos meigos e verdes (beijo)
A cabeça era arruivada e gemeu sem hesitar (foda)
Do meu lado direito continha a parede caiada azul de todas as minhas marcas cravadas na pele (beijo)
Do meu lado esquerdo muitas pontas de cigarro deterioradas e danificadas (foda)
E assim permaneci dentro dela (foda-se o beijo)
Desejo-te
Quero-te
Penetro-te
As palavras do momento mágico esculpidas numa nuvem de sangue que tingiu levemente os lençóis (foda)


/3 vezes prazer a foder contigo

31 de maio de 2011


Há 3 anos que ele caminha por terras indefinidas.
Um ser extremista.
Um viajante estético cuja personalidade congela olhos delineados no simples poder de materiais secundários dispostos a atingir os derradeiros inocentes.
Uma batalha preparada a matar o falso ser interior possuidor do veneno ácido populacional.
Uma grande viagem sem um fim traçado, onde procura e aguarda o dia da paragem que lhe forneça a plena paz armada deste inteiro mundo cão.

21 de maio de 2011

Voyage


Vamos azular daqui.
Vamos vaguear sem destino?
Percorrer terras húmidas e tocar com infundos instrumentos.
Escalar montanhas e depois rechearmo-nos no mar.
Vamos deixar tudo para trás?
Quero sentir, nem que seja por breves e escassos dias.
Sentir a luz e a alegria queimada do sol.
Somos livres.
Vamos voar e percorrer este mundo.
 
Dois corpos á procura da paisagem e da fotografia perfeita.

25 de abril de 2011

Num espaço melodioso e livre me encontro.
Um corpo dissolvido entre as folhas soltas ao som do vento.
Um contraste distanciado do escuto gemer onde a paralisia se desfez.
Dessa tua boca esfumada eu desejo consumir, sumir deste mundo e contigo
desvanecer na escura floresta.
Cada caminho que construimos, mais perto eu te sinto, mais vivo eu estou.


Um novo começo longincuo. Longe a ti voarei.


15 de abril de 2011

Num copo com água ácida me afogo.
O meu corpo fragmentado, despedaçado e calejado do sufoco constante despede-se.
Consigo ver uma pitada de azul por detrás do negro obscuro do som ensurdecedor do eco entranhado nas paredes do meu quarto.
Sinto-me novamente.
Um novo ser que bateu no caralho, mas que dança ao sabor de um passo estagnado de  Um Corpo Só.

3 de abril de 2011

Double Shot.

ENCONTRO-ME PÁLIDO COMO UM CADÁVER.
JÁ NÃO ME CHEGA O GRITO QUE GESTICULO NO FOSSO.
NECESSITO DE GIRAR A ALAVANCA DA PARAGEM SOMBRIA DE EMERGÊNCIA,
MAS ESTA JÁ NÃO EXISTE.
A VERDADE É QUE JÁ NÃO TE QUERO SENTIR, ENQUANTO TE SINTO.
A REALIDADE É QUE TU VIVES, EU VIVO MAS SINTO-ME SEM VIDA.
Num simples acto, asfixio-te no meio do asfalto, enquanto te masturbo.
Neste acto de loucura, enquanto te vejo morrer, perfuro um grande buraco no meu peito, de forma que mancho as paredes do nosso vale negro, com o meu excessivo sangue azul.
SIM, EU SEI, EU ENLOUQUECI.

19 de março de 2011


Achava eu que era capaz de me deitar á rua daquele 7º andar,
quando cheiro uma nova erva macia.
Uma loucura excitante dentro de uma caixa abstracta de rede metálica,
que por sinal não a hesito em trepar.
Inalo sem parar o que tens para me oferecer.
Será um começo de uma nova existência?
Não sei, mas a verdade é que do teu jeito sossegas-me, distrais-me e distancias-me
do grito esganiçado do eco das ressonâncias fúnebres do medo que me caracteriza.

24 de fevereiro de 2011

Um passo. Uma pegada. Um rasto.


          Quero-te deixar pisar os meus quadrados.
             Quero que perfures dentro de mim.
           Desejo-te e quero-te engolir em seco.

9 de fevereiro de 2011

A rapariga do grito.


Ele inexperiente de figuras sem cor.
Ele penetra-te um novo sabor.
Ele encarnado num estilo diferente.
Onde te exporta de um estado quebrado proveniente, para um estado decifrado permanente.
Deixando os sussurros no ombro dos traços fodidos, da partilha constante de todos
os nossos gritos despidos.

20 de janeiro de 2011

Dancing.


Dança. Corpo. Espaço. Movimento. Dança. Melodia. Ritmo. Tempo. Dança. Interpretação. Emoção. Exposição. Dança. Pensamento. Imaginação. Reflexão. Dança. Coreografia. Cenografia. Influência. Dança. Contacto. Formato. Staccato. Dança. Diversidade. Individualidade. Particularidade. Dança. Figura. Forma. Plataforma. Dança. Multiplicação. Distinção. Repetição. Dança. Afirmação. Expansão. Imitação. Dança. Contexto. Projecto. Manifesto. Dança. Liberdade. Possibilidade. Necessidade. Dança. Presença. Aparte. Arte. Dança. Improvisação. Sistematização. Formação. Dança. Dor. Construtor. Espectador. Dança. Tranquilidade. Espontaneidade. Naturalidade. Dança. Sensibilização. Experimentação. Construção. Dança. Personalidade. Oportunidade. Popularidade. Dança. História. Essência. Vivência. Dança. Desejo. Físico. Sentido. Dança. Fluidez. Desenvolvimento. Deslocamento. Dança. Significado. Mensagem. Aprendizagem. Dança. Subjectiva. Tentativa. Demonstrativa. Dança. Grupo. União. Urbanização. Dança. 
Interrogação. Definição. Evolução. 
Dance.


"Dancing isn't something that you think,
it's something that you just feel!"