12 de dezembro de 2015
6 de novembro de 2015
Learning from cats.
Caso seguíssemos o exemplo dos gatos, seriamos neuróticos como somos hoje, mas com muito, muito mais tempo para dormir. O que me alvoroça num gato é a maneira como combina a neurose, a incredulidade e o medo – para não falar numa ausência total de sentido de humor – com o talento para procurar e apreciar o conforto, e sobretudo a capacidade para dormir 20 em 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas. O gato é neurótico mas folga. Tem acessos, muito curtos, de loucura, em que se embandeira em saltos oblíquos. Mas, acima de tudo, deslinda o sistema binário da existência. Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome. Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as defecações (cagar, amar, mijar, folgar, ansiar), mas são verdadeiramente necessárias.
5 de novembro de 2015
12 de outubro de 2015
Agora. Nunca estou completamente com quem estou. Estou um bocadinho. Estou a 73 por cento. Mas atualmente, este é o meu jeito de apaixonar-me. Há quem só se apaixone assim. Eu quero acreditar que sim. É, este sou eu, a tentar apaixonar-me por outros corpos. Corpos que para mim têm sempre uma característica comum, por muito que me aliviem, desocupem, respeitem ou assegurem, são, variando os prazos e prolongando mais ou menos o pequeno mistério que acaba por se revelar (sempre depressa de mais), corpos desinteressantes.
Porquê?! Confesso, que ultimamente penso muito nesse porquê. Não sei o que se passa comigo. Bem me coíbo mas, pronto, de vez em quando, lá me foge o pé para a bota e, antes de me dar conta do que estou a fazer, já é tarde, já estraguei tudo, já estão os pensamentos registados. Acontece. Ultimamente acontece sempre. Paciência. É mesmo assim. Quando não funciona, apresento-me como selvagem, já não dá.
Desculpem! Desculpem a dor aguda, do asfixiamento dos corpos cavernosos da estrutura peniana, entalada entre as minhas pernas.
Porquê?! Confesso, que ultimamente penso muito nesse porquê. Não sei o que se passa comigo. Bem me coíbo mas, pronto, de vez em quando, lá me foge o pé para a bota e, antes de me dar conta do que estou a fazer, já é tarde, já estraguei tudo, já estão os pensamentos registados. Acontece. Ultimamente acontece sempre. Paciência. É mesmo assim. Quando não funciona, apresento-me como selvagem, já não dá.
Desculpem! Desculpem a dor aguda, do asfixiamento dos corpos cavernosos da estrutura peniana, entalada entre as minhas pernas.
29 de setembro de 2015
O
que vale é a cidade ser bonita, a cadela precisar de mim, e a música não me poder
ouvir.
O que vale são as horas, haver sempre noite. E sítios onde poderia estar, que não saem do lugar, mesmo que eu nunca tenha lá ido.
Um lugar é um lugar. E o que vale é que pelo menos não mudam as letras dos livros desse mesmo lugar.
O que vale são as horas, haver sempre noite. E sítios onde poderia estar, que não saem do lugar, mesmo que eu nunca tenha lá ido.
Um lugar é um lugar. E o que vale é que pelo menos não mudam as letras dos livros desse mesmo lugar.
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