31 de janeiro de 2013


Por vezes sinto-me papel.
Frágil feito de fumaça e osso naquele cheiro que desaparece de rua em rua.
O tempo é como um cigarro que evapora na rapidez com que o vento cinzento passa.
Quando estou longe e vejo que sigo um rumo mas que os outros permanecem na linha de avanço vermelha é fodido pois é quando engulo em seco o riso calculado no último minuto de despedida.
Sempre fui aquele que quer o pouco no muito da linha esguia contraditória.
Desta forma ainda permaneço de mãos trêmulas no pranto daquele ser forte que uiva na noite de lua cheia onde derrama o azul pavão sob o silêncio que cai dos pardais de porta fechada enquanto os violinos serpenteiam o paraíso da solidão partilhada.

Aqui vazo a  1 página do livro da minha sombra de água fresca