19 de novembro de 2015


Deixei contorcer-me um bocado, para dar oportunidade ao sistema nervoso central entrar em fast forward.

6 de novembro de 2015

Learning from cats.

Caso seguíssemos o exemplo dos gatos, seriamos neuróticos como somos hoje, mas com muito, muito mais tempo para dormir. O que me alvoroça num gato é a maneira como combina a neurose, a incredulidade e o medo – para não falar numa ausência total de sentido de humor – com o talento para procurar e apreciar o conforto, e sobretudo a capacidade para dormir 20 em 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas. O gato é neurótico mas folga. Tem acessos, muito curtos, de loucura, em que se embandeira em saltos oblíquos. Mas, acima de tudo, deslinda o sistema binário da existência. Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome. Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as defecações (cagar, amar, mijar, folgar, ansiar), mas são verdadeiramente necessárias.

5 de novembro de 2015

Ontem nadei em azul e fui bailado por meia dúzia de aranhas aéreas. Parasitas medidos em centímetros. Sejam vacas, cobras ou hienas. Lembram-me que vivemos no mesmo mundo; mas não temos o mesmo instinto.