1 de agosto de 2014

Náuseas e enjoos e outra vez a sensação de que a noite pousava sobre mim como um véu pesado por mais que tudo acontecesse durante um luminoso e feroz meio-dia. Escrevo isto com um amargo gemido. Homens atormentados à intimidante velocidade dos sentimentos das curvas cada vez mais apertadas desse caminho que serpenteia ao lado de um precipício onde rugem azuis e verdes as ondas altas como montanhas de um oceano imenso como um deserto. Uma relação está condenada a soçobrar e a deixar apenas ruínas emocionais de portas que conduzem a divisões sem paredes a serem devoradas por um bosque escuro. Pareço dar-me conta de que me fui deitar e então vejo-me a acordar num mundo envolta em neblina. A neblina começa a desvanecer-se e esse pesada massa amorfa que eu senti como uma carga durante toda a minha infância assume de repente a forma de um homem tão cruel quanto belo. A impressão que causa é a de um cadáver que não se deu conta de que está morto. Falo de alguém é claro. Aquele homem com impulso suicida de ter de acreditar em alguma coisa pelo simples facto de sentir que acreditar em alguma coisa é melhor do que não acreditar em nada. Alimenta-se das sombras de lua ao longo de mundos selvagens. Os seus pequenos e diamantinos mortos ou talvez tudo isso seja produto da sua imaginação ou a imaginação do produto de desejar sentir tantas coisas imaginadas durante tanto tempo. Dito isto dou por mim a contar as folhas pares de uma árvore enquanto preparo-me para contar as folhas ímpares enquanto penso que morrer seria uma aventura tremendamente formidável mas muito mais formidável e terrível seria matar não?