Construímos a nossa casa entre o espelho e
o azulejo sobre um estendal de ruínas.
Ao redor das dunas mais do que animais
somos leões diurnos sobre o tempo da tela branca na terra-de-ninguém.
Somos estrangeiros no silêncio de paredes azuis
de um tom transparente jamais esquecido.
Longe das inverte bradas artérias da cidade
domesticada manchada pelo vicio crepuscular de cafés cheios de cães e de
náuseas.
Desenho-te de madrugada.
Um desejo louco de realizar-te com sangue
quente latejando nos meus pincéis enquanto percorrem sorrisos no arcaísmo da
viela onde fizemos amor.
Transportamo-nos com a lentidão do
movimento persa na ganga coçada onde dissimulamos muito e bem o lume
fogoso das coxas.
Um movimento supremo tesudo
na insonia do olhar.
Uma cama alta funda que se dissolve num clima
intenso de foder tudo sobre a esplêndida tesão.
Tudo passa pelo nosso desejo no tempo aturdido
na imensa lenha ardida na inabordável clandestina sombra que é nossa.
Na página 3 sobre os nossos beijos umedecidos 2 Corpos Um Só dissolvidos
no vento das manhãs tardias sobre os olhos daquele alguém que ainda devora o
meu mundo.