24 de setembro de 2011

Sala III

Chego ao espaço ofegante, erotizado e seco.
Ponho-me nu, entro no banho e penso nos olhos azuis.
Dois corpos entrelaçados.
Enlaço-a pela cintura.
Ela começa por me mordiscar o peito e de seguida desliza sobre mim.
Explora-me e conflui-me as virilhas.
Saboreio o cheiro feminino, intimo, um aroma intenso que me faz endurecer.
Tomo-lhe um seio e a minha boca arrelia-lhe.
O outro seio confunde-se no meu rosto.
Quero a posição que me permite penetrar-te de frente.
Desejo-te e sinto uma grande vontade de te afinfar.
Vontade de te afinfar uma, duas, 3 vezes seguidas.
Vontade de voar até ao tutano e deixar a mucosidade da penca percorrer as águas mágicas do pleno arco-íris.


Saio do banho literalmente aromado e a cheirar a azul pavão.
De traseiro em riste, em contra-luz, a minha imagem espelha azul crente que se despiu.
Fiquei azul berrante da cabeça aos pés e de tromba erguida com toda a afabilidade.
Deixo o espaço, dou a vez á quarta personagem unidimensional e por lá fica somente as vogais sonoras e frescas.
O som liquido, a dureza de certas consoantes e o arrastar de sílabas que congelam silêncios.